quarta-feira, 10 de novembro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

segunda-feira, 19 de julho de 2010

LEMBRANÇA DO CASO ACARI 20 ANOS

Atividades em lembrança dos 20 Anos do Caso Acari e da Luta das Mães: Não ao Esquecimento! Sim à Justiça!
Entre os dias 22 e 26 de julho acontecerão atividades que lembrarão os 20 Anos do Caso Acari, que foi simbólico, tanto quanto ao aprofundamento da violência estatal contra as favelas e comunidades pobres, quanto à articulação da resistência popular a esse verdadeiro processo de genocídio da população negra, pobre e favelada no Brasil. Na ocasião, a resistência se expressou na luta, internacionalmente reconhecida, das Mães de Acari.


Mães de Acari

No dia 22 de Julho, na véspera do aniversário da Chacina da Candelária, haverá uma vigília das 18 às 22h, diante da Igreja da Candelária, para lembrar os 17 anos do assassinato das crianças e jovens naquele massacre, o desaparecimento, até hoje sem solução, dos onze jovens de Acari, bem como todos os casos de desaparecimentos forçados, chacinas e outras graves violações cometidas no Rio de Janeiro nos últimos 20 anos. Estarão presentes familiares de vítimas da violência, inclusive de outros estados brasileiros, organizações e militantes que defendem os direitos humanos, movimentos sociais e lutadores populares.

No dia 23 de Julho, 17o aniversário da Chacina da Candelária, haverá mais uma edição da Caminhada em Defesa da Vida, que este ano também assumiu os 20 Anos do Caso Acari como tema. A programação completa é a seguinte:

9h: Concentração em frente a Igreja da Candelária

10h: Missa pelas crianças e jovens que morreram em frente a Igreja da Candelária e por todos os jovens que foram mortos no Rio.

11h: Ato Ecumênico

11h30: Caminhada em Defesa da Vida – 20 ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990) – Trajeto: Av.Rio Branco até a Cinelândia.

12h30: Ato Político

13h: Apresentação Cultural

No dia 25 de Julho, será realizada no Grêmio Recreativo Escola de Samba Favo de Acari ( Rua Piracambu, 605 – Acari) uma Homenagem às Mães de Acari, com a seguinte programação:

15 às 18h – Declamação de poesias, atividades de música e dança, grafite

18h – Exibição do documentário Luto como Mãe, que entre outros casos aborda a luta por justiça das Mães de Acari

19:30h – Depoimentos das Mães, de familiares de vítimas de vários casos e estados do Brasil, e de pessoas que se destacaram na solidariedade.

No dia 26 de Julho haverá a Caminhada em Lembrança dos 20 Anos do Caso Acari, com a seguinte programação:

9h: Culto ecumênico em frente ao Hospital de Acari (Av Pastor Martin Luter King, 10976).

10h às 12h: Caminhada pela Avenida Brasil e pela Rua Bulhões Marcial (Lucas-Vigário) até a Praça Catolé do Rocha em Vigário. Depoimentos e apresentações durante o trajeto.

12h: Encerramento na Praça Catolé do Rocha com apresentações teatrais e culturais.

Ajude a divulgar, organize sua comunidade, grupo ou movimento para estar presente com faixas e cartazes, esse é um momento muito importante para lembrarmos que a luta iniciada pelas Mães de Acari é mais necessária do que nunca, e para dizermos bem alto: Não ao Esquecimento, Sim à Justiça!

Mais informações sobre o Caso Acari: DO LUTO À LUTA: A EXPERIÊNCIA DAS MÃES DE ACARI



Images:

segunda-feira, 10 de maio de 2010

ATENTADO CONTRA MILITANTE DA REDE, MORADOR DO MORRO DA COROA

ATENTADO CONTRA MILITANTE DA REDE, MORADOR DO MORRO DA COROA
Na última sexta-feira, dia 7 de maio, às 09:35hs, o militante da Rede contra Violência, Josilmar Macário dos Santos, sofreu um atentado quando estava dirigindo seu táxi no viaduto São Sebastião (na pista sentido Laranjeiras) , próximo ao Sambódromo, no bairro do Catumbi. De repente, ouviu um barulho e percebeu que o para-brisa de seu carro havia sido atingido por algum objeto, provocando um trincamento na direção de seu rosto. Em seguida, preocupado, parou o automóvel no retorno em cima do túnel Santa Bárbara e lá pode constatar que, pelo estrago observado, parecia ter sido feito por uma bala desferida por alguma arma de fogo.
Importante lembrar que Josilmar é irmão de Josenildo dos Santos, assassinado por policiais militares do 1° Batalhão, em abril de 2009. Desde então, seus familiares, amigos e a Rede contra Violência iniciaram uma luta por justiça. Esta levaria à denúncia de 4 PMs (Vagner Barbosa Santana, Carlos Eduardo Virgínio dos Santos, Jubson Alencar Cruz Souza e Leonardo José de Jesus Gomes) por homicídio. Essa vitória da família de Josenildo e da comunidade parece ter irritado os policiais do 1° BPM e levado-os a tentarem uma represália. No dia 08/02/2010, dois parentes de Josenildo, um primo e uma irmã, Maristela Aparecida dos Santos, e um vizinho amigo da família foram diretamente ameaçados pelos policiais, durante uma incursão que também levou à morte de dois jovens. O atentado ocorreu no dia em que, se fosse vivo, Josenildo faria aniversário.

Um mês depois, no dia 9 de março, após ter sido adiada no final do ano passado porque testemunhas de defesa (dos policiais) não compareceram, realizou-se a primeira audiência do caso, na qual foram ouvidos as testemunhas de acusação. Diante da quantidade de pessoas a serem ouvidas, o juiz determinou que fossem tomado os depoimentos das testemunhas dos réus (os policiais) em outro momento, que ficou marcado para o dia 15 de junho, às 13:30, no II Tribunal do Juri. No dia 2 de maio, domingo, os familiares de Josenildo e amigos realizaram uma manifestação em sua lembrança. Contudo, na sexta-feira e no sábado, policiais militares realizaram incursões, incluvise se utilizando o “caveirão”. Nestas duas operações, PMs arrancaram alguns cartazes afixados na comunidade, principalmente os que constavam a data da próxima audiência. Moradores ouviram comentários feitos pelos policiais, em que estes diziam que deveriam ter levado um facão para retirar os cartazes e também para “cortar a cabeça de quem os estava colocando”.

Após isso tudo, as ameaças se materializaram: um atentado foi cometido contra um dos irmãos de Josenildo. Depois de estacionar o carro, Macário entrou em contato diretamente com o Ministério Público, com a Comissão de Direitos Humanos da Alerj e com a Rede contra Violência. Posteriormente, acompanhado de militantes da Rede e de um integrante da Comissão de Direitos Humanos, foi até a 7a Delegacia Policial, no bairro de Santa Teresa para prestar queixa. Foram rapidamente atendidos, mas o investigador que os receberam se recusava a fazer o registro de ocorrência. A resistência se deu ao fato de que o investigador não queria aceitar a versão de que fora um atentado, mesmo depois de ter sido relatado a situação de ameaças vivenciada pela família de Macário desde o assassinato de seu irmão. Após insistência do advogado da Comissão que o acompanhava, finalmente o investigador cedeu e registrou o caso como estando relacionado às ameaças feitas por policiais do 1° Batalhão. Em seguida, foi encaminhado ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), no Centro, para a realização de perícia. Contrariamente a afirmação inicial do policial que os receberam, ou seja, de que teria sido apenas uma pedra, o períto foi enfático ao afirmar que se tratava de um dísparo de arma de fogo e que parecia ser intencional.

Neste mesmo dia, realizar-se- ia uma reunião com o Ministro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e o novo secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro com organizações e movimentos sociais para discutir o Plano Nacional de Defesa dos Defensores de Direitos Humanos. Realizado o registro de ocorrência e a perícia, decidiu-se levar a situação de Josilmar Macário a este encontro, aproveitando a presença do ministro e do secretário. O ministro sugeriu que fosse dado encaminhamento no sentido de incluir Josilmar no Programa de Defesa dos Defensores e não em outro. Entretanto, a secretária da subsecretaria de Direitos Humanos pretendia colocá-lo imediatamente no Programa de Proteção a Vítima (PROVITA), contrariando o que foi definido na reunião com o Ministro e desconsiderando a colocação de um dos militantes da Rede presentes que, conhecendo o PROVITA desde a sua criação e implementação, afirmou que este possui muitos problemas, principalmente o de escassez de verbas. O que foi informado, inicialmente, ao Josilmar seria que ele ficaria apenas protegido, provisoriamente, neste final de semana, definindo-se somentes posteriormente seu destino.

Após a insistência da subsecretaria em descumprir a orientação do ministro, Josilmar Macário foi encaminhado para o Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça. Acompanhado de duas advogadas da secretaria (já que fora impedida a presença de militantes da Rede) foi até à promotora de plantão. Esta não quis recebê-lo e quem conversou com ela foi apenas as advogadas. Após alguns instantes, chegariam os membros do PROVITA convocados pela secretaria. Estes explicariam o funcionamento e as condições do programa. Josilmar Macário sugeriu que o melhor encaminhamento seria pedir a prisão dos policiais envolvidos no assassinato de seu irmão. Contudo, as advogadas afirmaram que isso não seria possível, mesmo diante de todas as evidências de ameaças e ele e sua família, pois, para elas, devereria ser respeitada o trâmite normal do processo.

Diante das características do programa, que implicam em anulação da vida do protegido (que seria obrigado a deixar tudo para trás) e da não consideração de outra alternativa (como o pedido de prisão cautelar dos policiais), criou-se uma situação problemática. Josilmar recusou, inicialmente, o ingresso imediato no PROVITA, por discordar das imposições imediatas, e assinou o termo de renúnica para o ingresso imediato, postergando a decisão para depois de conversa com seus familiares. Se não fossem militantes da Rede que o aguardavam, Josilmar Macário teria ficado na rua.



Telefones para contato:
9809-9199 (Patrícia)
9977-4916 (Maurício)
2210-2906 (Rede)



Rede de Comunidades e Movimentos contra Violência

quinta-feira, 25 de março de 2010

luto como mae

Amanhã, dia 26/03, a partir das 14h30, a Rede de Comunidades e Movimentos contra Violência realiza a atividade 20 anos do Caso Acari: Não ao Esquecimento, Sim à Justiça! no FSU. Está programado para o evento mesa redonda com familiares de vitimas do Esdado, exibição do documentário Luto como Mãe e debate.

O filme Luto como Mãe conta a história de familiares de vitimas, maioritariamente mulheres, e no seu rito de passagem do luto à luta por justiça e contra a invisibilidade.

A atividade está na programação do Fórum Social Urbano, que acontece até sexta, dia 26, no Centro Cutural da Ação da Cidadania. Rua Barão de Tefé, 75 Saúde.

sexta-feira, 19 de março de 2010

caso Acari

20 Anos do Caso Acari: Não ao Esquecimento, Sim à Justiça!
Familiares de vítimas da violência do Estado, a Rede contra Violência, a Justiça Global e outras organizações e movimentos reuniram-se e traçaram um calendário preliminar de atividades em todo o 1o semestre de 2010, que culminará com uma grande manifestação pública no dia 26/07, quando completará 20 anos o desaparecimento forçado dos onze de Acari. A idéia é dar destaque ao caso e à lembrança em várias atividades previstas em comunidades lembrando outros casos de violência estatal no Rio, e em datas importantes de mobilização do movimento social como um todo, como o Dia Internacional da Mulher, o Dia das Mães, o 1o de Maio, a Marcha em Defesa da Infância e da Juventude em 23/07, etc. Também desenvolveremos iniciativas para pressionar por uma manifestação oficial da CIDH/OEA sobre o caso.
Ao mesmo tempo, vítimas e familiares de vítimas de vários estados (RJ, SP, BA, MG, ES) já concordaram em fazer coincidir com a lembrança dos 20 anos do caso Acari a realização do 1º Encontro Nacional de Vítimas e Familiares de Vítimas da Violência do Estado, a ser realizado nos dias 24 e 25/07 no Rio.
Estamos convidando os movimentos sociais, organizações defensoras dos Direitos Humanos, sindicatos, lutadoras e lutadores do povo, a participarem da organização e realização deste calendário de atividades. A próxima reunião geral será no dia 03/03 (quarta-feira) às 17 horas na sede da Rede contra a Violência (Rua Senador Dantas, 20, sala 1407 – Centro).
Segue documento sobre o caso e seu significado:

Mães de Acari
20 Anos do Caso Acari: Não ao Esquecimento, Sim à Justiça!
No dia 26 de Julho de 1990, onze pessoas, sendo três meninas e oito rapazes, em sua maioria, moradores da favela de Acari, ou de suas proximidades, foram levadas à força por homens que se diziam policiais, do sítio em que se encontravam em Magé, região metropolitana do Rio de Janeiro. Eles ou seus corpos jamais foram encontrados.
Foi o primeiro grande crime, envolvendo grande número de vítimas de uma só vez, cometido por policiais, em serviço ou não, contra moradores de favelas e periferias pobres, no Rio e no Brasil. Apesar dos numerosos indícios e informações que apontam a participação de policiais militares e civis no sequestro, até hoje o inquérito não foi concluído e ninguém foi denunciado pela Justiça.
O Caso Acari também marcou, portanto, o início da época da impunidade escandalosa em casos de crimes cometidos pelo Estado brasileiro contra seus cidadãos, após o encerramento formal do regime ditatorial iniciado em 1964, e o suposto advento da democracia no país.
As consequências da total falta de investigação e empenho dos poderes do Estado não demoraram a aparecer: em janeiro de 1993, Edméia da Silva Euzébio, uma das mães dos jovens sequestrados mais empenhada na luta por justiça, foi assassinada. Em agosto do mesmo ano, policiais militares que faziam parte do mesmo grupo de extermínio conhecido como “Cavalos Corredores”, envolvido no desaparecimento de 1990, cometeram outro crime medonho, matando 21 pessoas na favela de Vigário Geral. Um mês antes, 8 crianças e jovens haviam sido trucidadas em frente à Igreja da Candelária, centro do Rio. A Era das Chacinas havia definitivamente começado no Brasil. O pesadelo continua até hoje, cobrando vidas, aterrorizando populações, destruindo famílias, pisoteando a democracia e os direitos humanos.
Resistência
Mas o Caso Acari também significou o início da longa e difícil luta das vítimas e familiares de vítimas de tantos crimes. As “Mães de Acari” logo se tornaram símbolo da luta por justiça de pessoas comuns do povo, diante de tanta violência, corrupção, conivência e medo. Deram o primeiro exemplo a muitas mães, pais, irmãos e amigos que se seguiram. Mostraram que não se pode esperar por justiça deixando tudo por conta do Estado, esse mesmo Estado que abriga e promove tantos assassinos e torturadores. O mesmo Estado, aliás, que até hoje não resgatou a imensa dívida social devida pelo Brasil aos milhões de pobres e excluídos que sofrem nessa terra há mais de 500 anos.
Um conhecido jornalista brasileiro (Ivan Lessa) disse uma vez que o Brasil esquece a cada 15 anos o que aconteceu nos últimos 15 anos. Vinte anos após o golpe militar de 1964, o país foi convidado a “reconciliar-se” e a “esquecer” o que havia acontecido durante a ditadura. Nenhum dos torturadores e assassinos que agiram naqueles anos dentro do aparelho do Estado foi levado a julgamento, ao contrário do que aconteceu na grande maioria dos países latino-americanos. O resultado desse “esquecimento” vemos hoje quando execuções sumárias, torturas e desaparecimentos forçados continuam a ser praticados, em número muito maior e atingindo muito mais pessoas, por agentes estatais. Nos recusamos a mais um esquecimento nessa nossa triste história!
Lembrar os 20 anos do caso Acari é portanto acima de tudo um ato de continuidade da busca por justiça, dignidade e verdade. A luta das Mães de Acari não se perdeu no caminho, tampouco foi em vão. De tudo fica um pouco, mas um pouco que será suficiente para tecer o fio da memória que serve para alimentar a luta por justiça e contra a violência do Estado. É tempo de lembrar, e fazer da lembrança combustível para a luta que continua.
Mais informações sobre o caso Acari de 1990
Durante os regimes militares latino-americanos o desaparecimento forçado tornou-se instrumento de repressão e dominação política. Quando os militares latino-americanos começaram a utilizar a prática como um método repressivo, acreditavam ter encontrado a chave para um crime perfeito: dentro da sua lógica inumana, não havendo vítimas, não haveria perseguidos, e, portanto, também não haveria crime. Mas o desaparecimento forçado não foi exclusividade dos regimes militares, o chamado “período democrático” também tem produzido seus desaparecidos, cujo caso mais emblemático é o “Caso Acari”.
O drama de Acari começou no dia 26 de julho de 1990, com o desaparecimento de onze pessoas, sendo três meninas e oito rapazes. Desses onze, oito eram menores de idade. Os “Onze de Acari”, como ficaram conhecidos, desapareceram em Magé, num sítio pertencente a avó de um dos desaparecidos. Eram, em sua maioria, pertencentes a favela de Acari, ou de suas proximidades. Aparentemente, o grupo viajou para fugir de policiais que estavam tentando extorquir dinheiro de alguns deles que supostamente teriam algum envolvimento em assaltos e roubos de cargas de caminhão. Bandidos ou não, o fato concreto é que estes jovens foram retirados deste sítio numa noite de julho de 1990 por homens que se diziam policiais e nunca mais foram vistos. Os corpos jamais foram localizados, mas seus nomes, rostos, e histórias, continuam presentes nas lembranças de cada uma das mães, junto com a esperança por justiça:
Rosana Souza Santos, 17 anos – filha de Marilene Lima e Souza;
Cristiane Souza Leite, 17 anos – filha de Vera Lúcia Flores;
Luiz Henrique da Silva Euzébio, 16 anos – filho de Edméia da Silva Euzébio;
Hudson de Oliveira Silva, 16 anos – filho de Ana Maria da Silva;
Edson Souza Costa, 16 anos – filho de Joana Euzilar dos Santos;
Antônio Carlos da Silva, 17 anos – filho de Laudicena Oliveira do Nascimento;
Viviane Rocha da Silva, 13 anos – filha de Márcia da Silva;
Wallace Oliveira do Nascimento, 17 anos – filho de Maria das Graças do Nascimento;
Hédio Oliveira do Nascimento, 30 anos – filho de Denise Vasconcelos;
Moisés Santos Cruz, 26 anos – filho de Ednéia Santos Cruz;
Luiz Carlos Vasconcelos de Deus, 32 anos – filho de Teresa Souza Costa.
O “desaparecimento” dos onze chegou ao conhecimento internacional graças à campanha incansável das mães das vítimas, as “Mães de Acari”. A Anistia Internacional relatou em 1994 que os seqüestradores haviam sido identificados pelo setor de inteligência da Polícia Militar como sendo policiais militares do 9º Batalhão da Polícia Militar em Rocha Miranda, estado do Rio de Janeiro, e como detetives do Departamento de Roubo de Carga, da 39ª Delegacia de Pavuna, Rio de Janeiro. A investigação indicava que os policiais militares envolvidos vinham extorquindo algumas das vítimas antes do seqüestro. Segundo denúncias feitas na época do caso, alguns desses policiais seriam integrantes de um grupo de extermínio denominado “Cavalos Corredores”.
Os corpos dos onze ainda não foram localizados, apesar de várias tentativas fracassadas por parte das mães e das autoridades públicas. De acordo com informações recebidas pela Anistia Internacional, as buscas feitas pelas autoridades em possíveis locais de enterro foram negligentes e destrutivas, possivelmente resultando em danos permanentes aos locais. Como os corpos ainda não foram encontrados, nunca houve nenhum processo judicial. O seqüestro dos onze jovens continua envolto em total impunidade.
A dor e o sofrimento das “Mães de Acari” não se restringiram ao desaparecimento dos filhos. Estenderam-se na forma desrespeitosa e no descaso com que foram tratadas pelo poder público. A dor e o sofrimento estenderam-se no assassinato de Edméia Euzébio, uma das “Mães de Acari”, assassinada no dia 15 de janeiro de 1993, enquanto saía de um presídio, onde fazia investigações por conta própria em busca de obter informações que levassem a solucionar o caso. A dor e o sofrimento estendem-se até hoje na ausência de justiça, reparação e na impunidade dos culpados. “Não tem corpo não tem crime”, é a resposta que ouviram repetidamente ao longo de vinte anos das autoridades policiais responsáveis pelo caso. A dor e o sofrimento estão inscritos no corpo fatigado e na alma ofendida de cada uma delas. Gravidez psicológica, diabete emocional, dores físicas e emocionais, angústia, depressão, ansiedade, foram alguns dos efeitos do trauma sentidos pelas mães. A dor e o sofrimento estendem-se em cada novo caso, em cada nova chacina, em cada novo desaparecimento, em cada nova “Mãe de Acari” que continua a perder os filhos assassinados e/ou desaparecidos.
No dia 10 de agosto de 2008 morreu Vera Lucia Flores Leite, mais uma das Mães de Acari. “Falta alguém na minha casa”! Essa era uma frase que Vera sempre dizia, referindo-se à ausência da filha. Desde o desaparecimento de sua filha, a vida de Vera Flores, como a das outras mães, tornou-se uma verdadeira peregrinação em busca de informações sobre o paradeiro dos filhos. Juntamente com outras mães, percorreu cemitérios clandestinos, escritórios, instâncias burocráticas, delegacias de polícia, presídios, conversou com juízes, delegados, secretários de segurança, autoridades policiais, ministros, sempre em busca de informações, e nada. Morreu sem localizar o corpo da filha.
O caso, diante da evidente incapacidade e falta de vontade do Estado brasileiro em investigá-lo e responsabilizar os culpados, foi objeto de petição junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, para que seja apreciado pela Corte Interamericana da OEA (Organização dos Estados Americanos).

fsu

Atividades do Eixo: Criminalização da Pobreza e Violências Urbanas no Fórum Social Urbano
Todas as mesas serão no dia 23/03, no Centro Cultural da Ação da Cidadania Contra a Fome (Avenida Barão de Tefé, nº 75, no Bairro da Saúde)
Mesa – Criminalização da Pobreza e Violências Urbanas – 9h30
Marilene de Souza – Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência
João Tancredo – Advogado
Marcelo Freixo – Deputado Estadual (Psol)
Soledad Bordegaray – Movimiento por la Paz y la No Violencia de Mujeres, Jóvenes y Hombres da Argentina
Mesa: Faxina Étnica – 14h
Representante da Campanha Reaja ou Será Morto
Márcia Leite – Círculo Palmarino
Wilson Prudente – Procurador do Ministério Público do Trabalho e Emprego
Deley de Acari
Mesa: Guerra às Drogas e Militarização das Periferias – 18h
Renato Cinco – Marcha da Maconha
Hertz – Campanha pelo Fim da Guerra Interna das Periferias
Maria Lúcia Karan – Juíza
Atividade Cultural – 20h- Lançamento da “Campanha pelo Fim da Guerra nas Periferias”
- Apresentação de Hip-Hop – Coletivo Luta Armada
A Rede também organizará uma Mesa Redonda sobre os 20 anos do Caso Acari: Não ao Esquecimento, Sim à Justiça!, com apresentação do documentário Luto como Mãe, e debate. No dia 26/03 das 14:30 às 16:30h.
A programação completa do FSU pode ser consultada no Site do Fórum

Ato de abertura

Ato de abertura

Mobilização já!
Por cidades justas! Contra a criminalização da pobreza! Por justiça ambiental! Por um real desenvolvimento!Contra as remoções! Contra megaeventos que não respeitam o meio ambiente e a população!

22 de marçoConcentração: 9hCandelária - Centro do Rio
Leve suas bandeiras, faixas, batuques e reivindicações!

Neste mesmo dia, a mesa de abertura traz David Harvey da City University of New York, Ermínia Maricato e Raquel Rolnik , da Universidade de São Paulo (USP) e Peter Marcuse, da Columbia University, que darão as boas-vindas ao foristas. A atividade está marcada para às 16h30, na Ação e Cidadania , que fica na Barão de Tefé, nº 75, Saúde, Rio de Janeiro - RJ.
O local abrigará o FSU até o dia 26 de março. Todos e todas estão convidados para debates, reuniões, oficinas, entre outras atividades distribuídas em quatro eixos temáticos: criminalização da pobreza e violências urbanas; Megaeventos e globalização das cidades; justiça ambiental nas cidades; e Grandes Projetos Urbanos e Lutas em Áreas Centrais e Portuárias.

www.forumsocialurbano.wordpress.com


Mobilização já! Por cidades justas! Contra a criminalização da pobreza! Por justiça ambiental! Por um real desenvolvimento!Contra as remoções! Contra megaeventos que não respeitam o meio ambiente e a população!
22 de marçoConcentração: 9hCandelária - Centro do Rio
Leve suas bandeiras, faixas, batuques e reivindicações!

Neste mesmo dia, a mesa de abertura traz David Harvey da City University of New York, Ermínia Maricato e Raquel Rolnik , da Universidade de São Paulo (USP) e Peter Marcuse, da Columbia University, que darão as boas-vindas ao foristas. A atividade está marcada para às 16h30, na Ação e Cidadania , que fica na Barão de Tefé, nº 75, Saúde, Rio de Janeiro - RJ.
O local abrigará o FSU até o dia 26 de março. Todos e todas estão convidados para debates, reuniões, oficinas, entre outras atividades distribuídas em quatro eixos temáticos: criminalização da pobreza e violências urbanas; Megaeventos e globalização das cidades; justiça ambiental nas cidades; e Grandes Projetos Urbanos e Lutas em Áreas Centrais e Portuárias.

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quinta-feira, 4 de março de 2010

ato dia 8 de marco

Mulheres do Rio de Janeiro no dia 8 de marco vamos esta fazendo a nossa caminhada da Candelária ate a Cinelândia concentração as 16 00 horas na candelária contamos com todos as mulheres que luta e este ano são 100 anos do dia 8 de marco dia internacional de mulher Autonomia Igualdade e Liberdade.
COMUNICAO ORGANIZADO DA CAMINHADA

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

denuncia

2010-02-11 Source: Jacarezinho pela Paz
PM (3o Batalhão) sitiou a favela do Jacarezinho e já matou pelos menos 5 pessoas em menos de 2 horas
Recebemos agora há pouco a informação do Movimento Jacarezinho pela Paz que uma incursão extremamente violenta da Polícia Militar está acontecendo na comunidade. Há cerca de duas horas, um grupo do 3o BPM, com apoio de um blindado Caveirão, entrou repentinamente pela Avenida Suburbana, a mais movimentada de todas as entradas da favela, e mandou todas as lojas e inclusive a Região Administrativa fecharem. Moradores estão sendo ofendidos, ameaçados e mandados para casa, inclusive crianças. O largo dos Tubas, a Praça da Concórdia e várias outras ruas estão bloqueadas e ninguém pode passar. Como a entrada da Suburbana também continua bloqueada pela polícia, há mais de duas horas moradores não conseguem entrar nem sair da favela.
Embora ninguém tenha escutado troca intensa de tiros, o que indicaria reação de traficantes, até agora já estão confirmadas 5 mortes e 2 feridos, todos próximos à linha do trem, pouco depois da entrada da Suburbana. Os policiais dizem abertamente para todos ouvirem que “vieram para matar” e “já derrubaram 13”. A comunidade está apavorada, mas uma parte dos moradores está revoltada e disposta a enfrentar os policiais, o que poderá resultar numa tragédia ainda maior, se não houver intervenção da imprensa, de organizações defensoras dos direitos humanos e outros órgãos.
Mais informações com o Jacarezinho pela Paz (jacarezinhopedepaz@hotmail.com) ou com a Associação de Moradores (o presidente atual é Serginho, e o telefone da Associação é 2228-6643).
Voltaremos a informar quando tivermos mais detalhes

denuncia

Mortes e medo no Morro da Coroa
Ontem, dia 08 de fevereiro de 2010, no Morro da Coroa, no bairro do Catumbi,a polícia militar do Rio de Janeiro fez mais uma demonstração de como suaforma de atuação NÃO mudou, apesar do discurso que pretende legitimar afarsa das Unidades de Polícia Pacificadora: matou, agrediu, humilhou eroubou. Funcionando como mais uma facção criminosa, levou medo e terroratravés de uma incursão marcada pela obscuridade.
Era por volta das 17hs, quando a sequência de violações de direitos humanosteria início. Logo após, uma moradora contatou a Rede e alguns militantesforam até a Coroa. Segundo os moradores locais, havia várias equipes depoliciais no morro, não sendo possível identificar o número exato docontingente. Uma dessas equipes mataria dois jovens, faria refém umafamília, arrombaria várias casas, agrediria um morador, ofenderia eameaçaria tantos outros. Esta equipe se dividiria, e uma parte dela sedeslocaria para uma laje, numa das ruas da comunidade. Deste local,atirariam na direção de dois jovens, atingindo-os. Estes seriam arrastados,ainda com vida, pelas escadarias do morro, supostamente para seremsocorridos. Foi possível perceber posteriomente que havia muitas manchas desangue no chão, o que permite compreender que estes jovens foram arrastados.De acordo com informações que obtivemos, morreriam mais tarde no hospital.Os policiais registrariam as mortes como auto de resistência, apesar de osmoradores afirmarem que não houve confronto, não havendo, portanto, adesculpa usualmente utilizada de legítima defesa.
A outra parte desta equipe estava próxima, mas na rua. Os policiais tentaramentrar em uma casa para pegar um jovem, mas a mãe deste estava próxima e nãopermitiu, afastando os policiais aos gritos. Após esta tentativa fracassada,arrombariam a porta de uma casa ao lado. Outro jovem, que se encontravadormindo e estava de folga do trabalho, seria agredido e roubado. Ele nos

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ato dia 16 de janeiro

19 de janeiro de 2010 • 22h20 Mães protestam contra violência de agentes do DegaseFamiliares de vítimas de violência se reuniram no último sábado (16) para lembrar a morte de Andreu Luis, morto em janeiro de 2008 em uma unidade de internação de adolescentes infratores do estado do Rio de Janeiro
Por Gustavo Mehl
No dia 31 de dezembro de 2007, Deize da Silva de Carvalho estava reunida com a família na casa de sua mãe no morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Faltavam apenas dez minutos para a meia noite quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o policial informou que o jovem Andreu Luis da Silva de Carvalho, de 17 anos, havia sido detido por furto e estava sendo encaminhado para uma unidade estadual para adolescentes infratores. Aquela era a última notícia que Deize teria de seu filho ainda com vida.Na manhã do dia 1º de janeiro de 2008, pelo menos 11 jovens testemunharam a sessão de tortura a que Andreu foi submetido no Centro de Triagem e Recepção (CTR), na Ilha do Governador, instalação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas do estado do Rio de Janeiro (Degase). O garoto foi espancado por cerca de uma hora e meia. Os agentes usaram pedaços de pau, mesas e cadeiras, e o asfixiaram com um saco plástico. Quando o rapaz já cuspia sangue, o agente Wilson Santos chegou a esfregar sabão em pó no seu rosto repetidas vezes. Andreu, que havia acabado de receber seu primeiro salário como garçom e estava com o noivado marcado para o dia 20 daquele mês, morreu por volta de 9 horas da manhã do primeiro dia do ano de 2008.Do sofrimento à militânciaAquele era o início de um ano de muita dor para toda a família de Deize. Hoje, dois anos depois, o sentimento de injustiça persiste. O caso se arrasta e continua em fase de inquérito policial. Nenhum dos envolvidos foi responsabilizado, e todos continuam empregados pelo Degase, trabalhando normalmente no CTR. Outras denúncias de maus-tratos e abusos na unidade se tornaram públicas. Apesar disso, durante esses dois anos Deize conseguiu encontrar na revolta uma razão para lutar. Procurou organizações da sociedade civil e a Comissão de Direitos Humanos da ALERJ e conheceu nesse caminho outros casos de assassinatos praticados por agentes do Estado. Através da troca de experiências e da união de forças com outras mães e outros familiares de vítimas de violência, Deize foi fortalecendo sua resistência e amadurecendo a sua militância.
Deize Silva de Carvalho, em frente ao portão do CTR (foto: Isabel Mansur)No último sábado, 16 de janeiro, dia de visitas, Deize Silva de Carvalho reuniu cerca de 60 pessoas na entrada do CTR. Com um carro de som, faixas, panfletos e cruzes de madeira, o grupo recordou a morte de Andreu e de outras vítimas do Estado. “Nós estamos aqui para que certos agentes do Degase saibam que a família do menino que eles mataram continua lutando e não perdeu a esperança na justiça”, dizia, emocionada, a mãe de Andreu ao microfone, olhando para as pessoas em pé na fila da visita, mas falando alto para ser ouvida do outro lado do muro. “Estamos aqui porque eu não quero que nenhuma mãe passe pelo que eu passei.”Diante da presença incômoda dos manifestantes, funcionários do Degase liberaram a entrada dos familiares duas horas mais cedo que de costume, mas não evitaram que alguns parentes que estavam na fila se aproximassem do grupo. “Meu filho apareceu com o dente quebrado na semana passada, mas não quis me dizer o que aconteceu”, disse uma senhora, levantando a hipótese de que o garoto tivesse sido agredido e que estivesse sendo ameaçado. “A gente sabe que essas coisas acontecem, mas fica com medo de nosso filho sofrer represálias se tomarmos alguma providência.” Para Deize, uma das principais razões para a manifestação era justamente orientar os parentes dos adolescentes internados sobre como denunciar indícios de tortura ou qualquer tipo de abuso dentro das unidades do Degase.Mães se unem contra a violênciaEntre os manifestantes, a consciência de que o assassinato de Andreu é mais um entre diversos casos de violência que envolvem agentes públicos no Rio de Janeiro. Outras mães estavam presentes no ato deste sábado, entre elas Marcia Jacintho, mãe do menino Hanry, morto por policiais no bairro do Lins em 2002. “Temos todas um sofrimento comum. Nossos filhos estão sendo barbaramente assassinados por representantes do Estado sem que nada tenha sido feito pelas autoridades para evitar novos casos”, disse Márcia, que completou: “O governo do estado se comporta como o ‘exterminador de futuros’ quando executa os jovens negros e pobres do Rio de Janeiro. Esta realidade se repete em outros estados. É preciso estarmos unidas nesta luta.”
Marcia Jacintho, com uma camisa em memória de seu filho HanryOutra que integrava o grupo na porta do CTR era Bernadete, mãe do garoto Cristiano de Souza, que também foi assassinado por agentes do Degase em novembro de 2008. Seu filho foi espancado e morto quando estava internado no Educandário Santo Expedito, que funciona no complexo penitenciário de Bangu, nas instalações do antigo presídio Muniz Sodré. O caso evidenciou que os maus-tratos são comuns em unidades do Degase e foi o estopim para que a organização de defesa dos direitos humanos Projeto Legal iniciasse uma campanha de cartas para o fechamento do Santo Expedito. Um dos panfletos distribuídos em frente ao CTR era justamente a convocação para participar da campanha. “Guantánamo vai fechar. Santo Expedito continua aberto”, dizia o texto, em uma referência ao presídio norteamericano localizado em Cuba, que se tornou símbolo de torturas e violações de direitos humanos.–> Participe da campanha pelo fechamento do Santo ExpeditoAo fim do ato, Lindomar Darós, integrante do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, resumiu o sentimento dos manifestantes: “Nossa defesa é pelo direito à vida, sempre. Nenhum ser humano pode atentar contra a vida de outro e a situação é ainda mais grave e perigosa quando quem o faz é um representante do Estado”.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

ATO EM LEMBRANÇA DE ANDREU LUIS

ATO EM LEMBRANÇA DE ANDREU LUIS
quérito e seus responsáveis continuam trabalhando no Degase.
Este caso é mais uma prova da política de extermínio e criminalização da pobreza. Por isso, no dia manifestamos nosso repúdio a esta política que criminaliza nossos jovens e negros. Para exigir justiça e recordar a memória de Andreu e tantos outros: É hora de lembrar a morte de Cristiano, outro adolescente que cumpria medida socioeducativa quando foi assassinado, há um ano, no ESE (Educandário Santo Expedito), unidade de internação do Degase. É hora de lembrar também Matheus, Hanry, Renan, João Roberto e tantos outros que foram vitimados por essa política excludente.
No dia 1º de Janeiro de 2010, Deize Silva de Carvalho passará, pela segunda vez, um réveillon diferente dos demais. Seu filho, Andreu Luis da Silva de Carvalho, foi barbaramente assassinado nas dependências do CTR (Centro de Triagem) por seis agentes do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), uma instituição destinada a "ressocializar jovens" sob custódia do Estado, no dia 1º de Janeiro de 2008.
Andreu tinha sido detido no dia anterior acusado de participar de um roubo a um coronel norte-americano, na orla de Ipanema. No dia 1º, após ter reagido a uma agressão dos agentes, Andreu sofreu uma cruel sessão de torturas com mesas, cadeiras, cabos de vassoura, saco plástico sobre seu rosto e outros instrumentos, o que acabou gerando sua morte.
O Estatuto da Criança e do Adolescente garante aos jovens serem protegidos fisicamente pelo Estado, garantindo também a punição para os que descumprirem seus artigos. Entretanto,

ATO EM LEMBRANÇA DE ANDREU LUIS
quérito e seus responsáveis continuam trabalhando no Degase.
Este caso é mais uma prova da política de extermínio e criminalização da pobreza. Por isso, no dia manifestamos nosso repúdio a esta política que criminaliza nossos jovens e negros. Para exigir justiça e recordar a memória de Andreu e tantos outros: É hora de lembrar a morte de Cristiano, outro adolescente que cumpria medida socioeducativa quando foi assassinado, há um ano, no ESE (Educandário Santo Expedito), unidade de internação do Degase. É hora de lembrar também Matheus, Hanry, Renan, João Roberto e tantos outros que foram vitimados por essa política excludente.
passados dois anos do ocorrido, o fato ainda se encontra em fase de in-
CEBRASPO, CDDH DE PETRÓPOLIS, DDH, COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS/CRP-RJ, GRUPO TORTURA NUNCA MAIS, JUSTIÇA GLOBAL, MANDATO DO MARCELO FREIXO, MOVIMENTO DIREITO PRA QUEM?, PROJETO LEGAL, REDE CONTRA A VIOLÊNCIA