Atividades do Eixo: Criminalização da Pobreza e Violências Urbanas no Fórum Social Urbano
Todas as mesas serão no dia 23/03, no Centro Cultural da Ação da Cidadania Contra a Fome (Avenida Barão de Tefé, nº 75, no Bairro da Saúde)
Mesa – Criminalização da Pobreza e Violências Urbanas – 9h30
Marilene de Souza – Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência
João Tancredo – Advogado
Marcelo Freixo – Deputado Estadual (Psol)
Soledad Bordegaray – Movimiento por la Paz y la No Violencia de Mujeres, Jóvenes y Hombres da Argentina
Mesa: Faxina Étnica – 14h
Representante da Campanha Reaja ou Será Morto
Márcia Leite – Círculo Palmarino
Wilson Prudente – Procurador do Ministério Público do Trabalho e Emprego
Deley de Acari
Mesa: Guerra às Drogas e Militarização das Periferias – 18h
Renato Cinco – Marcha da Maconha
Hertz – Campanha pelo Fim da Guerra Interna das Periferias
Maria Lúcia Karan – Juíza
Atividade Cultural – 20h- Lançamento da “Campanha pelo Fim da Guerra nas Periferias”
- Apresentação de Hip-Hop – Coletivo Luta Armada
A Rede também organizará uma Mesa Redonda sobre os 20 anos do Caso Acari: Não ao Esquecimento, Sim à Justiça!, com apresentação do documentário Luto como Mãe, e debate. No dia 26/03 das 14:30 às 16:30h.
A programação completa do FSU pode ser consultada no Site do Fórum
sexta-feira, 19 de março de 2010
Ato de abertura
Ato de abertura
Mobilização já!
Por cidades justas! Contra a criminalização da pobreza! Por justiça ambiental! Por um real desenvolvimento!Contra as remoções! Contra megaeventos que não respeitam o meio ambiente e a população!
22 de marçoConcentração: 9hCandelária - Centro do Rio
Leve suas bandeiras, faixas, batuques e reivindicações!
Neste mesmo dia, a mesa de abertura traz David Harvey da City University of New York, Ermínia Maricato e Raquel Rolnik , da Universidade de São Paulo (USP) e Peter Marcuse, da Columbia University, que darão as boas-vindas ao foristas. A atividade está marcada para às 16h30, na Ação e Cidadania , que fica na Barão de Tefé, nº 75, Saúde, Rio de Janeiro - RJ.
O local abrigará o FSU até o dia 26 de março. Todos e todas estão convidados para debates, reuniões, oficinas, entre outras atividades distribuídas em quatro eixos temáticos: criminalização da pobreza e violências urbanas; Megaeventos e globalização das cidades; justiça ambiental nas cidades; e Grandes Projetos Urbanos e Lutas em Áreas Centrais e Portuárias.
www.forumsocialurbano.wordpress.com
Mobilização já! Por cidades justas! Contra a criminalização da pobreza! Por justiça ambiental! Por um real desenvolvimento!Contra as remoções! Contra megaeventos que não respeitam o meio ambiente e a população!
22 de marçoConcentração: 9hCandelária - Centro do Rio
Leve suas bandeiras, faixas, batuques e reivindicações!
Neste mesmo dia, a mesa de abertura traz David Harvey da City University of New York, Ermínia Maricato e Raquel Rolnik , da Universidade de São Paulo (USP) e Peter Marcuse, da Columbia University, que darão as boas-vindas ao foristas. A atividade está marcada para às 16h30, na Ação e Cidadania , que fica na Barão de Tefé, nº 75, Saúde, Rio de Janeiro - RJ.
O local abrigará o FSU até o dia 26 de março. Todos e todas estão convidados para debates, reuniões, oficinas, entre outras atividades distribuídas em quatro eixos temáticos: criminalização da pobreza e violências urbanas; Megaeventos e globalização das cidades; justiça ambiental nas cidades; e Grandes Projetos Urbanos e Lutas em Áreas Centrais e Portuárias.
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Mobilização já!
Por cidades justas! Contra a criminalização da pobreza! Por justiça ambiental! Por um real desenvolvimento!Contra as remoções! Contra megaeventos que não respeitam o meio ambiente e a população!
22 de marçoConcentração: 9hCandelária - Centro do Rio
Leve suas bandeiras, faixas, batuques e reivindicações!
Neste mesmo dia, a mesa de abertura traz David Harvey da City University of New York, Ermínia Maricato e Raquel Rolnik , da Universidade de São Paulo (USP) e Peter Marcuse, da Columbia University, que darão as boas-vindas ao foristas. A atividade está marcada para às 16h30, na Ação e Cidadania , que fica na Barão de Tefé, nº 75, Saúde, Rio de Janeiro - RJ.
O local abrigará o FSU até o dia 26 de março. Todos e todas estão convidados para debates, reuniões, oficinas, entre outras atividades distribuídas em quatro eixos temáticos: criminalização da pobreza e violências urbanas; Megaeventos e globalização das cidades; justiça ambiental nas cidades; e Grandes Projetos Urbanos e Lutas em Áreas Centrais e Portuárias.
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Mobilização já! Por cidades justas! Contra a criminalização da pobreza! Por justiça ambiental! Por um real desenvolvimento!Contra as remoções! Contra megaeventos que não respeitam o meio ambiente e a população!
22 de marçoConcentração: 9hCandelária - Centro do Rio
Leve suas bandeiras, faixas, batuques e reivindicações!
Neste mesmo dia, a mesa de abertura traz David Harvey da City University of New York, Ermínia Maricato e Raquel Rolnik , da Universidade de São Paulo (USP) e Peter Marcuse, da Columbia University, que darão as boas-vindas ao foristas. A atividade está marcada para às 16h30, na Ação e Cidadania , que fica na Barão de Tefé, nº 75, Saúde, Rio de Janeiro - RJ.
O local abrigará o FSU até o dia 26 de março. Todos e todas estão convidados para debates, reuniões, oficinas, entre outras atividades distribuídas em quatro eixos temáticos: criminalização da pobreza e violências urbanas; Megaeventos e globalização das cidades; justiça ambiental nas cidades; e Grandes Projetos Urbanos e Lutas em Áreas Centrais e Portuárias.
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quinta-feira, 4 de março de 2010
ato dia 8 de marco
Mulheres do Rio de Janeiro no dia 8 de marco vamos esta fazendo a nossa caminhada da Candelária ate a Cinelândia concentração as 16 00 horas na candelária contamos com todos as mulheres que luta e este ano são 100 anos do dia 8 de marco dia internacional de mulher Autonomia Igualdade e Liberdade.
COMUNICAO ORGANIZADO DA CAMINHADA
COMUNICAO ORGANIZADO DA CAMINHADA
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
denuncia
2010-02-11 Source: Jacarezinho pela Paz
PM (3o Batalhão) sitiou a favela do Jacarezinho e já matou pelos menos 5 pessoas em menos de 2 horas
Recebemos agora há pouco a informação do Movimento Jacarezinho pela Paz que uma incursão extremamente violenta da Polícia Militar está acontecendo na comunidade. Há cerca de duas horas, um grupo do 3o BPM, com apoio de um blindado Caveirão, entrou repentinamente pela Avenida Suburbana, a mais movimentada de todas as entradas da favela, e mandou todas as lojas e inclusive a Região Administrativa fecharem. Moradores estão sendo ofendidos, ameaçados e mandados para casa, inclusive crianças. O largo dos Tubas, a Praça da Concórdia e várias outras ruas estão bloqueadas e ninguém pode passar. Como a entrada da Suburbana também continua bloqueada pela polícia, há mais de duas horas moradores não conseguem entrar nem sair da favela.
Embora ninguém tenha escutado troca intensa de tiros, o que indicaria reação de traficantes, até agora já estão confirmadas 5 mortes e 2 feridos, todos próximos à linha do trem, pouco depois da entrada da Suburbana. Os policiais dizem abertamente para todos ouvirem que “vieram para matar” e “já derrubaram 13”. A comunidade está apavorada, mas uma parte dos moradores está revoltada e disposta a enfrentar os policiais, o que poderá resultar numa tragédia ainda maior, se não houver intervenção da imprensa, de organizações defensoras dos direitos humanos e outros órgãos.
Mais informações com o Jacarezinho pela Paz (jacarezinhopedepaz@hotmail.com) ou com a Associação de Moradores (o presidente atual é Serginho, e o telefone da Associação é 2228-6643).
Voltaremos a informar quando tivermos mais detalhes
PM (3o Batalhão) sitiou a favela do Jacarezinho e já matou pelos menos 5 pessoas em menos de 2 horas
Recebemos agora há pouco a informação do Movimento Jacarezinho pela Paz que uma incursão extremamente violenta da Polícia Militar está acontecendo na comunidade. Há cerca de duas horas, um grupo do 3o BPM, com apoio de um blindado Caveirão, entrou repentinamente pela Avenida Suburbana, a mais movimentada de todas as entradas da favela, e mandou todas as lojas e inclusive a Região Administrativa fecharem. Moradores estão sendo ofendidos, ameaçados e mandados para casa, inclusive crianças. O largo dos Tubas, a Praça da Concórdia e várias outras ruas estão bloqueadas e ninguém pode passar. Como a entrada da Suburbana também continua bloqueada pela polícia, há mais de duas horas moradores não conseguem entrar nem sair da favela.
Embora ninguém tenha escutado troca intensa de tiros, o que indicaria reação de traficantes, até agora já estão confirmadas 5 mortes e 2 feridos, todos próximos à linha do trem, pouco depois da entrada da Suburbana. Os policiais dizem abertamente para todos ouvirem que “vieram para matar” e “já derrubaram 13”. A comunidade está apavorada, mas uma parte dos moradores está revoltada e disposta a enfrentar os policiais, o que poderá resultar numa tragédia ainda maior, se não houver intervenção da imprensa, de organizações defensoras dos direitos humanos e outros órgãos.
Mais informações com o Jacarezinho pela Paz (jacarezinhopedepaz@hotmail.com) ou com a Associação de Moradores (o presidente atual é Serginho, e o telefone da Associação é 2228-6643).
Voltaremos a informar quando tivermos mais detalhes
denuncia
Mortes e medo no Morro da Coroa
Ontem, dia 08 de fevereiro de 2010, no Morro da Coroa, no bairro do Catumbi,a polícia militar do Rio de Janeiro fez mais uma demonstração de como suaforma de atuação NÃO mudou, apesar do discurso que pretende legitimar afarsa das Unidades de Polícia Pacificadora: matou, agrediu, humilhou eroubou. Funcionando como mais uma facção criminosa, levou medo e terroratravés de uma incursão marcada pela obscuridade.
Era por volta das 17hs, quando a sequência de violações de direitos humanosteria início. Logo após, uma moradora contatou a Rede e alguns militantesforam até a Coroa. Segundo os moradores locais, havia várias equipes depoliciais no morro, não sendo possível identificar o número exato docontingente. Uma dessas equipes mataria dois jovens, faria refém umafamília, arrombaria várias casas, agrediria um morador, ofenderia eameaçaria tantos outros. Esta equipe se dividiria, e uma parte dela sedeslocaria para uma laje, numa das ruas da comunidade. Deste local,atirariam na direção de dois jovens, atingindo-os. Estes seriam arrastados,ainda com vida, pelas escadarias do morro, supostamente para seremsocorridos. Foi possível perceber posteriomente que havia muitas manchas desangue no chão, o que permite compreender que estes jovens foram arrastados.De acordo com informações que obtivemos, morreriam mais tarde no hospital.Os policiais registrariam as mortes como auto de resistência, apesar de osmoradores afirmarem que não houve confronto, não havendo, portanto, adesculpa usualmente utilizada de legítima defesa.
A outra parte desta equipe estava próxima, mas na rua. Os policiais tentaramentrar em uma casa para pegar um jovem, mas a mãe deste estava próxima e nãopermitiu, afastando os policiais aos gritos. Após esta tentativa fracassada,arrombariam a porta de uma casa ao lado. Outro jovem, que se encontravadormindo e estava de folga do trabalho, seria agredido e roubado. Ele nos
Ontem, dia 08 de fevereiro de 2010, no Morro da Coroa, no bairro do Catumbi,a polícia militar do Rio de Janeiro fez mais uma demonstração de como suaforma de atuação NÃO mudou, apesar do discurso que pretende legitimar afarsa das Unidades de Polícia Pacificadora: matou, agrediu, humilhou eroubou. Funcionando como mais uma facção criminosa, levou medo e terroratravés de uma incursão marcada pela obscuridade.
Era por volta das 17hs, quando a sequência de violações de direitos humanosteria início. Logo após, uma moradora contatou a Rede e alguns militantesforam até a Coroa. Segundo os moradores locais, havia várias equipes depoliciais no morro, não sendo possível identificar o número exato docontingente. Uma dessas equipes mataria dois jovens, faria refém umafamília, arrombaria várias casas, agrediria um morador, ofenderia eameaçaria tantos outros. Esta equipe se dividiria, e uma parte dela sedeslocaria para uma laje, numa das ruas da comunidade. Deste local,atirariam na direção de dois jovens, atingindo-os. Estes seriam arrastados,ainda com vida, pelas escadarias do morro, supostamente para seremsocorridos. Foi possível perceber posteriomente que havia muitas manchas desangue no chão, o que permite compreender que estes jovens foram arrastados.De acordo com informações que obtivemos, morreriam mais tarde no hospital.Os policiais registrariam as mortes como auto de resistência, apesar de osmoradores afirmarem que não houve confronto, não havendo, portanto, adesculpa usualmente utilizada de legítima defesa.
A outra parte desta equipe estava próxima, mas na rua. Os policiais tentaramentrar em uma casa para pegar um jovem, mas a mãe deste estava próxima e nãopermitiu, afastando os policiais aos gritos. Após esta tentativa fracassada,arrombariam a porta de uma casa ao lado. Outro jovem, que se encontravadormindo e estava de folga do trabalho, seria agredido e roubado. Ele nos
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
ato dia 16 de janeiro
19 de janeiro de 2010 • 22h20 Mães protestam contra violência de agentes do DegaseFamiliares de vítimas de violência se reuniram no último sábado (16) para lembrar a morte de Andreu Luis, morto em janeiro de 2008 em uma unidade de internação de adolescentes infratores do estado do Rio de Janeiro
Por Gustavo Mehl
No dia 31 de dezembro de 2007, Deize da Silva de Carvalho estava reunida com a família na casa de sua mãe no morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Faltavam apenas dez minutos para a meia noite quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o policial informou que o jovem Andreu Luis da Silva de Carvalho, de 17 anos, havia sido detido por furto e estava sendo encaminhado para uma unidade estadual para adolescentes infratores. Aquela era a última notícia que Deize teria de seu filho ainda com vida.Na manhã do dia 1º de janeiro de 2008, pelo menos 11 jovens testemunharam a sessão de tortura a que Andreu foi submetido no Centro de Triagem e Recepção (CTR), na Ilha do Governador, instalação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas do estado do Rio de Janeiro (Degase). O garoto foi espancado por cerca de uma hora e meia. Os agentes usaram pedaços de pau, mesas e cadeiras, e o asfixiaram com um saco plástico. Quando o rapaz já cuspia sangue, o agente Wilson Santos chegou a esfregar sabão em pó no seu rosto repetidas vezes. Andreu, que havia acabado de receber seu primeiro salário como garçom e estava com o noivado marcado para o dia 20 daquele mês, morreu por volta de 9 horas da manhã do primeiro dia do ano de 2008.Do sofrimento à militânciaAquele era o início de um ano de muita dor para toda a família de Deize. Hoje, dois anos depois, o sentimento de injustiça persiste. O caso se arrasta e continua em fase de inquérito policial. Nenhum dos envolvidos foi responsabilizado, e todos continuam empregados pelo Degase, trabalhando normalmente no CTR. Outras denúncias de maus-tratos e abusos na unidade se tornaram públicas. Apesar disso, durante esses dois anos Deize conseguiu encontrar na revolta uma razão para lutar. Procurou organizações da sociedade civil e a Comissão de Direitos Humanos da ALERJ e conheceu nesse caminho outros casos de assassinatos praticados por agentes do Estado. Através da troca de experiências e da união de forças com outras mães e outros familiares de vítimas de violência, Deize foi fortalecendo sua resistência e amadurecendo a sua militância.
Deize Silva de Carvalho, em frente ao portão do CTR (foto: Isabel Mansur)No último sábado, 16 de janeiro, dia de visitas, Deize Silva de Carvalho reuniu cerca de 60 pessoas na entrada do CTR. Com um carro de som, faixas, panfletos e cruzes de madeira, o grupo recordou a morte de Andreu e de outras vítimas do Estado. “Nós estamos aqui para que certos agentes do Degase saibam que a família do menino que eles mataram continua lutando e não perdeu a esperança na justiça”, dizia, emocionada, a mãe de Andreu ao microfone, olhando para as pessoas em pé na fila da visita, mas falando alto para ser ouvida do outro lado do muro. “Estamos aqui porque eu não quero que nenhuma mãe passe pelo que eu passei.”Diante da presença incômoda dos manifestantes, funcionários do Degase liberaram a entrada dos familiares duas horas mais cedo que de costume, mas não evitaram que alguns parentes que estavam na fila se aproximassem do grupo. “Meu filho apareceu com o dente quebrado na semana passada, mas não quis me dizer o que aconteceu”, disse uma senhora, levantando a hipótese de que o garoto tivesse sido agredido e que estivesse sendo ameaçado. “A gente sabe que essas coisas acontecem, mas fica com medo de nosso filho sofrer represálias se tomarmos alguma providência.” Para Deize, uma das principais razões para a manifestação era justamente orientar os parentes dos adolescentes internados sobre como denunciar indícios de tortura ou qualquer tipo de abuso dentro das unidades do Degase.Mães se unem contra a violênciaEntre os manifestantes, a consciência de que o assassinato de Andreu é mais um entre diversos casos de violência que envolvem agentes públicos no Rio de Janeiro. Outras mães estavam presentes no ato deste sábado, entre elas Marcia Jacintho, mãe do menino Hanry, morto por policiais no bairro do Lins em 2002. “Temos todas um sofrimento comum. Nossos filhos estão sendo barbaramente assassinados por representantes do Estado sem que nada tenha sido feito pelas autoridades para evitar novos casos”, disse Márcia, que completou: “O governo do estado se comporta como o ‘exterminador de futuros’ quando executa os jovens negros e pobres do Rio de Janeiro. Esta realidade se repete em outros estados. É preciso estarmos unidas nesta luta.”
Marcia Jacintho, com uma camisa em memória de seu filho HanryOutra que integrava o grupo na porta do CTR era Bernadete, mãe do garoto Cristiano de Souza, que também foi assassinado por agentes do Degase em novembro de 2008. Seu filho foi espancado e morto quando estava internado no Educandário Santo Expedito, que funciona no complexo penitenciário de Bangu, nas instalações do antigo presídio Muniz Sodré. O caso evidenciou que os maus-tratos são comuns em unidades do Degase e foi o estopim para que a organização de defesa dos direitos humanos Projeto Legal iniciasse uma campanha de cartas para o fechamento do Santo Expedito. Um dos panfletos distribuídos em frente ao CTR era justamente a convocação para participar da campanha. “Guantánamo vai fechar. Santo Expedito continua aberto”, dizia o texto, em uma referência ao presídio norteamericano localizado em Cuba, que se tornou símbolo de torturas e violações de direitos humanos.–> Participe da campanha pelo fechamento do Santo ExpeditoAo fim do ato, Lindomar Darós, integrante do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, resumiu o sentimento dos manifestantes: “Nossa defesa é pelo direito à vida, sempre. Nenhum ser humano pode atentar contra a vida de outro e a situação é ainda mais grave e perigosa quando quem o faz é um representante do Estado”.
Por Gustavo Mehl
No dia 31 de dezembro de 2007, Deize da Silva de Carvalho estava reunida com a família na casa de sua mãe no morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Faltavam apenas dez minutos para a meia noite quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o policial informou que o jovem Andreu Luis da Silva de Carvalho, de 17 anos, havia sido detido por furto e estava sendo encaminhado para uma unidade estadual para adolescentes infratores. Aquela era a última notícia que Deize teria de seu filho ainda com vida.Na manhã do dia 1º de janeiro de 2008, pelo menos 11 jovens testemunharam a sessão de tortura a que Andreu foi submetido no Centro de Triagem e Recepção (CTR), na Ilha do Governador, instalação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas do estado do Rio de Janeiro (Degase). O garoto foi espancado por cerca de uma hora e meia. Os agentes usaram pedaços de pau, mesas e cadeiras, e o asfixiaram com um saco plástico. Quando o rapaz já cuspia sangue, o agente Wilson Santos chegou a esfregar sabão em pó no seu rosto repetidas vezes. Andreu, que havia acabado de receber seu primeiro salário como garçom e estava com o noivado marcado para o dia 20 daquele mês, morreu por volta de 9 horas da manhã do primeiro dia do ano de 2008.Do sofrimento à militânciaAquele era o início de um ano de muita dor para toda a família de Deize. Hoje, dois anos depois, o sentimento de injustiça persiste. O caso se arrasta e continua em fase de inquérito policial. Nenhum dos envolvidos foi responsabilizado, e todos continuam empregados pelo Degase, trabalhando normalmente no CTR. Outras denúncias de maus-tratos e abusos na unidade se tornaram públicas. Apesar disso, durante esses dois anos Deize conseguiu encontrar na revolta uma razão para lutar. Procurou organizações da sociedade civil e a Comissão de Direitos Humanos da ALERJ e conheceu nesse caminho outros casos de assassinatos praticados por agentes do Estado. Através da troca de experiências e da união de forças com outras mães e outros familiares de vítimas de violência, Deize foi fortalecendo sua resistência e amadurecendo a sua militância.
Deize Silva de Carvalho, em frente ao portão do CTR (foto: Isabel Mansur)No último sábado, 16 de janeiro, dia de visitas, Deize Silva de Carvalho reuniu cerca de 60 pessoas na entrada do CTR. Com um carro de som, faixas, panfletos e cruzes de madeira, o grupo recordou a morte de Andreu e de outras vítimas do Estado. “Nós estamos aqui para que certos agentes do Degase saibam que a família do menino que eles mataram continua lutando e não perdeu a esperança na justiça”, dizia, emocionada, a mãe de Andreu ao microfone, olhando para as pessoas em pé na fila da visita, mas falando alto para ser ouvida do outro lado do muro. “Estamos aqui porque eu não quero que nenhuma mãe passe pelo que eu passei.”Diante da presença incômoda dos manifestantes, funcionários do Degase liberaram a entrada dos familiares duas horas mais cedo que de costume, mas não evitaram que alguns parentes que estavam na fila se aproximassem do grupo. “Meu filho apareceu com o dente quebrado na semana passada, mas não quis me dizer o que aconteceu”, disse uma senhora, levantando a hipótese de que o garoto tivesse sido agredido e que estivesse sendo ameaçado. “A gente sabe que essas coisas acontecem, mas fica com medo de nosso filho sofrer represálias se tomarmos alguma providência.” Para Deize, uma das principais razões para a manifestação era justamente orientar os parentes dos adolescentes internados sobre como denunciar indícios de tortura ou qualquer tipo de abuso dentro das unidades do Degase.Mães se unem contra a violênciaEntre os manifestantes, a consciência de que o assassinato de Andreu é mais um entre diversos casos de violência que envolvem agentes públicos no Rio de Janeiro. Outras mães estavam presentes no ato deste sábado, entre elas Marcia Jacintho, mãe do menino Hanry, morto por policiais no bairro do Lins em 2002. “Temos todas um sofrimento comum. Nossos filhos estão sendo barbaramente assassinados por representantes do Estado sem que nada tenha sido feito pelas autoridades para evitar novos casos”, disse Márcia, que completou: “O governo do estado se comporta como o ‘exterminador de futuros’ quando executa os jovens negros e pobres do Rio de Janeiro. Esta realidade se repete em outros estados. É preciso estarmos unidas nesta luta.”
Marcia Jacintho, com uma camisa em memória de seu filho HanryOutra que integrava o grupo na porta do CTR era Bernadete, mãe do garoto Cristiano de Souza, que também foi assassinado por agentes do Degase em novembro de 2008. Seu filho foi espancado e morto quando estava internado no Educandário Santo Expedito, que funciona no complexo penitenciário de Bangu, nas instalações do antigo presídio Muniz Sodré. O caso evidenciou que os maus-tratos são comuns em unidades do Degase e foi o estopim para que a organização de defesa dos direitos humanos Projeto Legal iniciasse uma campanha de cartas para o fechamento do Santo Expedito. Um dos panfletos distribuídos em frente ao CTR era justamente a convocação para participar da campanha. “Guantánamo vai fechar. Santo Expedito continua aberto”, dizia o texto, em uma referência ao presídio norteamericano localizado em Cuba, que se tornou símbolo de torturas e violações de direitos humanos.–> Participe da campanha pelo fechamento do Santo ExpeditoAo fim do ato, Lindomar Darós, integrante do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, resumiu o sentimento dos manifestantes: “Nossa defesa é pelo direito à vida, sempre. Nenhum ser humano pode atentar contra a vida de outro e a situação é ainda mais grave e perigosa quando quem o faz é um representante do Estado”.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
ATO EM LEMBRANÇA DE ANDREU LUIS
ATO EM LEMBRANÇA DE ANDREU LUIS
quérito e seus responsáveis continuam trabalhando no Degase.
Este caso é mais uma prova da política de extermínio e criminalização da pobreza. Por isso, no dia manifestamos nosso repúdio a esta política que criminaliza nossos jovens e negros. Para exigir justiça e recordar a memória de Andreu e tantos outros: É hora de lembrar a morte de Cristiano, outro adolescente que cumpria medida socioeducativa quando foi assassinado, há um ano, no ESE (Educandário Santo Expedito), unidade de internação do Degase. É hora de lembrar também Matheus, Hanry, Renan, João Roberto e tantos outros que foram vitimados por essa política excludente.
No dia 1º de Janeiro de 2010, Deize Silva de Carvalho passará, pela segunda vez, um réveillon diferente dos demais. Seu filho, Andreu Luis da Silva de Carvalho, foi barbaramente assassinado nas dependências do CTR (Centro de Triagem) por seis agentes do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), uma instituição destinada a "ressocializar jovens" sob custódia do Estado, no dia 1º de Janeiro de 2008.
Andreu tinha sido detido no dia anterior acusado de participar de um roubo a um coronel norte-americano, na orla de Ipanema. No dia 1º, após ter reagido a uma agressão dos agentes, Andreu sofreu uma cruel sessão de torturas com mesas, cadeiras, cabos de vassoura, saco plástico sobre seu rosto e outros instrumentos, o que acabou gerando sua morte.
O Estatuto da Criança e do Adolescente garante aos jovens serem protegidos fisicamente pelo Estado, garantindo também a punição para os que descumprirem seus artigos. Entretanto,
ATO EM LEMBRANÇA DE ANDREU LUIS
quérito e seus responsáveis continuam trabalhando no Degase.
Este caso é mais uma prova da política de extermínio e criminalização da pobreza. Por isso, no dia manifestamos nosso repúdio a esta política que criminaliza nossos jovens e negros. Para exigir justiça e recordar a memória de Andreu e tantos outros: É hora de lembrar a morte de Cristiano, outro adolescente que cumpria medida socioeducativa quando foi assassinado, há um ano, no ESE (Educandário Santo Expedito), unidade de internação do Degase. É hora de lembrar também Matheus, Hanry, Renan, João Roberto e tantos outros que foram vitimados por essa política excludente.
passados dois anos do ocorrido, o fato ainda se encontra em fase de in-
CEBRASPO, CDDH DE PETRÓPOLIS, DDH, COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS/CRP-RJ, GRUPO TORTURA NUNCA MAIS, JUSTIÇA GLOBAL, MANDATO DO MARCELO FREIXO, MOVIMENTO DIREITO PRA QUEM?, PROJETO LEGAL, REDE CONTRA A VIOLÊNCIA
quérito e seus responsáveis continuam trabalhando no Degase.
Este caso é mais uma prova da política de extermínio e criminalização da pobreza. Por isso, no dia manifestamos nosso repúdio a esta política que criminaliza nossos jovens e negros. Para exigir justiça e recordar a memória de Andreu e tantos outros: É hora de lembrar a morte de Cristiano, outro adolescente que cumpria medida socioeducativa quando foi assassinado, há um ano, no ESE (Educandário Santo Expedito), unidade de internação do Degase. É hora de lembrar também Matheus, Hanry, Renan, João Roberto e tantos outros que foram vitimados por essa política excludente.
No dia 1º de Janeiro de 2010, Deize Silva de Carvalho passará, pela segunda vez, um réveillon diferente dos demais. Seu filho, Andreu Luis da Silva de Carvalho, foi barbaramente assassinado nas dependências do CTR (Centro de Triagem) por seis agentes do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), uma instituição destinada a "ressocializar jovens" sob custódia do Estado, no dia 1º de Janeiro de 2008.
Andreu tinha sido detido no dia anterior acusado de participar de um roubo a um coronel norte-americano, na orla de Ipanema. No dia 1º, após ter reagido a uma agressão dos agentes, Andreu sofreu uma cruel sessão de torturas com mesas, cadeiras, cabos de vassoura, saco plástico sobre seu rosto e outros instrumentos, o que acabou gerando sua morte.
O Estatuto da Criança e do Adolescente garante aos jovens serem protegidos fisicamente pelo Estado, garantindo também a punição para os que descumprirem seus artigos. Entretanto,
ATO EM LEMBRANÇA DE ANDREU LUIS
quérito e seus responsáveis continuam trabalhando no Degase.
Este caso é mais uma prova da política de extermínio e criminalização da pobreza. Por isso, no dia manifestamos nosso repúdio a esta política que criminaliza nossos jovens e negros. Para exigir justiça e recordar a memória de Andreu e tantos outros: É hora de lembrar a morte de Cristiano, outro adolescente que cumpria medida socioeducativa quando foi assassinado, há um ano, no ESE (Educandário Santo Expedito), unidade de internação do Degase. É hora de lembrar também Matheus, Hanry, Renan, João Roberto e tantos outros que foram vitimados por essa política excludente.
passados dois anos do ocorrido, o fato ainda se encontra em fase de in-
CEBRASPO, CDDH DE PETRÓPOLIS, DDH, COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS/CRP-RJ, GRUPO TORTURA NUNCA MAIS, JUSTIÇA GLOBAL, MANDATO DO MARCELO FREIXO, MOVIMENTO DIREITO PRA QUEM?, PROJETO LEGAL, REDE CONTRA A VIOLÊNCIA
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